Thursday 6 March 2008

Rambo 2: a missao

Pronto, fim do primeiro mês! Fechei Bogotá com chave de ouro. Essa semana consegui fazer tudo que precisava, fiz minha última entravista no Congresso com um senador, e adivinhem! Tinha uma autorizacao de entrada lá quando eu cheguei! Será que eles estao lendo o meu Blog? Mas na verdade eu tenho uma explicacao melhor: meia hora antes de ir pra lá, eu liguei para a secretária, que nem sabia que eu tinha hora marcada com o senador, para confirmar o local da entrevista. Não foi de propósito, eu queria mesmo confirmar o local porque elefalou muito rapido e eu nao tinha entendido bem, mas foi uma ótima estratégia, e pensando bem, eu devia ter pensado nisso antes. Mas agora já foi. Se comecarem a me esquecer na Guatemala também, já sei o que fazer.
No Parlamento Andino, a última semana foi pesada. O esquema de consulta aos documentos é surreal, simplesmente não existe. Parece que depois que eles tiveram alguns “problemas” com um estudante de escola que estava fazendo pesquisa (eu imagino que o menino tenha sumido com alguns livros), eles tiveram a brilhante idéia de... proibir consultas! Exatamente, não é qualquer um que chega lá e tem acesso à biblioteca. Você tem que ter recomendacao de uma universidade, autorizacao, ou contato pessoal. E a sala fica trancada a chave. E não tem como fazer cópias no próprio prédio. No primeiro dia que eu fui consultar os documentos, eu fiquei sentada dividindo a mesa com a moca (sim, é só uma) que está encarregada do setor de documentos. Nos outros dias, para a minha sorte, ela teve a brilhante idéia de me colocar num dos escritórios vazios do prédio. Fiquei com um escritório só pra mim, com janela e banheiro (sem papel higiênico, mas vai lá)! Dificuldades a parte, consegui recolher todas as informacoes que eu queria, excetuando-se, é claro, as que não estao registradas, que são muitas. Mas do que tinha, peguei tudo.
Saindo da Colômbia, nada de acidentes nem atentados no aviao, apesar de termos tido passageiros com sobrenomes de político, que eu ouvi. La de cima, sobrevoando a América Central, a vista é linda, dá pra ver todas as ilhas e praias que eu não vou ter tempo nem dinheiro de visitar enquanto estiver por aqui. Agora já estou na Guatemala, e aqui a coisa é diferente. Mesmo. No meu primeiro fim de semana teve uma festa na casa da família que está me recebendo. Aguns conselhos básicos que eu ouvi repetidamente de pessoas diferentes a noite inteira:
· Não andar com brincos, relogios ou anéis na rua;
· Não pegar taxis na rua, apenas os que são de empresas, e não pegar taxis de qualquer empresa, só confiar nos “Taxis Amarillos” (nos ultimos dias tenho percebido que todos os lugares que eu frequento também só utilizam essa empresa: o Parlacen, a World Vision, e outros);
· Não usar celular andando na rua; quando for falar, entrar em alguma loja ou restaurante;
· Nunca, jamais, em hipótese alguma, sair levando o meu laptop a mostra, nem na Zona 10, a mais chique da cidade;
· Não pegar ônibus bem vestida;
· Não pegar ônibus de noite, nem se estiver mal vestida;
· Não ficar muito tempo parada no ponto de ônibus ou em qualquer lugar na rua;
· Não levar mochila nem bolsa no ônibus, botar tudo nos bolsos da calca;
e outros pequenos detalhes. Juntando tudo isso a um acidente que aconteceu na véspera da minha chegada e que está gerando uma discussao enorme em torno da precariedade dos ônibus e da fiscalizacao do transporte público no país, confesso que tenho andado de taxi o tempo todo. Um ônibus despencou de um precipício depois do pneu (recauchutado) estourar enquanto ele andava acima da velocidade permitida e com muito mais pessoas do que poderia levar, o que se observa que é o normal por aqui. Morreram todos. No primeiro e único dia em que eu peguei uma van, voltei para casa sem o meu pendrive. Tudo bem, deixei na parte de fora da mochila, mea culpa, mas eu achei que o meu treinamento ninja-carioca fosse me safar em qualquer lugar do mundo. Ledo engano. Enfim, para aqueles que estavam doidos para ficar preocupados comigo enquanto eu estava em Bogotá e ficaram na vontade, porque a cidade era mais segura que o Rio, aproveitem: agora é a hora!

1 comment:

Lusoca said...

Deve estar se sentindo em casa...