Tuesday 19 February 2008

Viagem a Risaralda


Fui nesse fim de semana que passou para Santa Rosa de Cabral, um "pueblo" que fica bem pertinho de Pereira, capital do departamento Risaralda. Já é um departamento diferente do que eu estou, que se chama Cundinamarca. Nós fomos para levar o Sebas (cacula do tio do Juan) para participar de um torneio de bicicross. Parece meio programa de índio, e de fato é, mas vale tudo pra conhecer um pouco mais dos arredores colombianos! Saímos com malas, bicicleta e papagaio, e pegamos tanto engarrafamento que demoramos 12 horas pra chegar. Digno de um filme do Chevy Chase. A melhor parte da viagem foram mesmo as paisagens da ida (na volta eu estava tao cansada que nao prestei muita atensao). Passamos pela Cordilheira Oriental, onde vimos o Nariz del Diablo, que está na foto. As paisagens sao lindíssimas. Ao contrário do que ainda reina no senso comum brasileiro, nao é perigoso viajar pelas estradas daqui (pelo menos nessa regiao, claro). O Exército está literalmente em todas as partes, na beira das estradas, em motos e jipes ao longo das estradas, e ao redor delas, fazendo trabalhos nos povoados em volta, e parecem ser muito bem recebidos pela populacao. Segundo me contaram, boa parte das estradas por onde passamos na ida e na volta nao eram seguras para andar antes do Uribe. Eram regioes dominadas pela guerrilha, e de noite, em algumas partes, o Exército fechava as estradas para os motoristas nao passarem, e assim nao correrem perigo.
Chegando em Santa Rosa, me senti em Cachoeiras de Macacu. Só que com algumas melhorias. Por exemplo, algumas casinhas mais antigas em estilo tradicional daqui, com balcoes, as janelas e portas bem coloridas, coisa mais linda. A praca central também é interessante, e a cidade é conhecida como a cidade das araucárias. Tem várias em volta da praca.
Mas mais do que tudo foi uma viagem super informativa, vi que saindo de Bogotá a coisa é diferente, nao é tao bonita, segura e bem conservada, mas nao vira o deus-nos-acuda que a gente imagina. Todos os colombianos com quem eu conversei foram extremamente simpáticos comigo (para quem vem do trauma da adaptacao alema, é uma bencao), todos, sem excessao, se esforcam pra entender o que eu falo no meu portunhol - que vem melhorando a passos largos! - e falam com o maior prazer sobre tudo que eu pergunto sobre o país. No meio de tantas vistas lindas das cordilheiras, comendo doce de leite com frutas, feijao e chorizo (linguica de porco tradicional de Santa Rosa), deu até pra abstrair das horas de viagem, da lama, das criancas gritando e do sol na cara. Saldo positivo!

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